O 5º ELEMENTO: BOVINOS EM PASTEJO
O quinto elemento não é bem um elo de energia capaz de salvar o planeta Terra de uma terrível ameaça vinda de outra dimensão, como alvitrou Luc Besson no seu filme, mas sim um elemento químico disposto em colunas e em ordem crescente, como propôs Dmitri Mendeleiev quando criou a tabela periódica, o sódio. “Na” para os íntimos da tabela periódica é o elemento mais deficiente no mundo, por isso, nenhum alimento utilizado para bovinos contém naturalmente níveis adequados desse elemento.
O fornecimento de sal (NaCl) aos animais data dos tempos de Plutarco, em 40 a 120 anos a.C. Até por volta de 1900 acreditava-se que a maioria dos elementos minerais estava em excesso na dieta destes animais, abstendo, assim, da suplementação mineral. Por mais indescritível que pareça, até hoje no Brasil há quem não forneça para animais a pasto nenhum tipo de suplemento, expondo-os às carências e deficiências nutricionais.
Junto ao desenvolvimento da ciência, nos anos 50-60, identificou-se as doenças por escassez mineiral, melhorando assim o desempenho dos animais a pasto, juntamente com a melhora da quantidade e qualidade forrageira, nível de energia e proteína da mesma e o uso de sal com nitrogênio não-protéico nos sistemas a pasto. Segundo Aristóteles, 384 –322 a.C., todos os organismos vivos se alimentam daquilo cujo compõe seu corpo, assim sendo, os elementos minerais somam 5 % do peso de um animal. Um boi de 350 kg tem cerca de 17kg de seu peso constituído por minerais, e, bovinos mantidos sob pastejo necessitam ser suplementados com minerais, principalmente sódio, devido as forrageiras tropicais serem mínguas do elemento. Apesar do sódio e do potássio trabalharem juntos, altas concentrações deste, que muitas vezes ocorrem forrageiras tropicais, pode agravar o problema de carência de sódio por promover sua excreção através da urina.
Da mesma forma, níveis baixos do elemento em misturas minerais induzem maior ingestão desta mistura, cerca de 5 vezes mais, aumentando assim o custo para o pecuarista. O primeiro sinal da deficiência dietética de sódio é o apetite hiperbólico, manifestando-se pelo hábito de lamber madeira, solo e/ou outros animais. A avidez pelo sal estabelece-se após poucas semanas de uma dieta deficiente, uma vez que o quinto elemento é responsável por controlar a passagem de nutrientes dentro da célula.
Porquanto, a importancia do elemento sódio de nada se vale se os seguintes mandamentos como planejamento de fluxo de caixa, ajuste do suplemento com relação à qualidade da forragem, espaçamento de cocho adequado, em torno de 0,7 m2/animal, escore de fezes e o ganho diário não for adequado.